quarta-feira, 30 de maio de 2012

Património Geológico Português. Geoconservação e Geoturismo


                Património Geológico Português. Geoconservação e Geoturismo.
1.      Breve Enquadramento de Alguns Aspectos Históricos  
Para esta actividade vale compreender os passos e os processos que Portugal conheceu ao longo da sua história em sede do Património Geológico Português, Geoconservação e Geoturismo, embora, de forma resumida e, eventualmente, menos acabada.
As preocupações com a protecção da natureza remontam desde 1911 em Portugal dando origem à criação da Associação Protectora da Árvore (1970ª). Entende-se que até 1970 não havia no ordenamento juridico português alguma base legal que consagrasse à Conservção da Natureza, sem prejuízo, obviamente, da existência de uma legislação dispersa tornada pública em 1918, 1919, 1929 e 1931. A criação de uma Parque Nacional era em 1936 uma medida inovadora prevista no Regulamento da Caça em Angola.
Em 1957 é publicado um Regulamento de Caça de Angola que previa a criação de 4 zonas de protecção: Parques Nacionais, Reservas Naturais Integradas, Reservas Parciais e especiais. Em 1970 é publicada a Lei 9/70 de 19 de Junho que atribui ao governo a incumbência de promover a protecção da natureza e dos seus recursos em todo o território.  Em 1971 foi criada a comissão Nacional do Ambiente, uma estrutura permanente no âmbito da Junta Nacional de Investigação científica e Tecnológica. Neste ano é criado o Parque Nacional da Peneda—Gerês que se pensa ser uma das primeiras consequências de tomada de consciência sobre a Protecção da Natureza.
Em 1975 surge no seio do Ministério do Equipamento Social a Secretaria de Estado do Ambiente e sob sua responsabilidade, o Serviço Nacional de Parques, Reservas e Património Paisagístico. A 25 de Abril de 1976 o art. 9º da Constituição Portuguesa, entre as tarefas do Estado, refere: “Proteger e valorizar o património cultural do povo português, defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correcto ordenamento do território”. Em 1976 através do Dec-Lei nº 613/76 de 27 de Julho era prevista a criação de:
a)      Reservas naturais;
b)      Reservas naturais parciais;
c)      Reservas de recreio;
d)     Paisagens protegidas;
e)      Objectos, conjuntos sítios e lugares classificados;
f)       Parques naturais.
O Ministério do Ambiente e Recursos Naturais é criado em 1990. Segue-se depois o Plano Nacional da Política de Ambiente. Em 2001 é aprovada a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade.
2.      Reflexão Sobre o Geoturismo
Em Angola o conceito de geoturismo não é em muitos círculos, inclusivé, académicos familiar. Por essa razão entendeu-se trazer à liça essa matéria para apelar para a sua importância.
Em Portugal as actividades integradas no Programa Geologia no Verão _Ciência Viva_ podem ser consideradas como potenciadores de geoturismo. Para melhor entendimento do conceito em reflexão vale dizer que geoturismo é um tipo de turismo que mantém ou reforça as principais características do local a ser visitado, concretamente, o seu ambiente, cultura, estética, património e residentes. Portanto, o geoturismo se insere no conceito de mais alargado de turismo sustentável com a seguinte caracterização:
1.      Respeitar os destinos turisticos de modo a evitar modificações nos habitats naturais, património cultural e paisagístico e na cultura local;
2.      Conservar os recuos e minimizar a poluição, o lixo, o consumo energético e o uso de água;
3.      Respeitar a cultura local e as tradições; 
4.      Promover a qualidade em detrimento da quantidade.

Bernardo   Castro, 1005214 MCAP

3. Referências Bibliográficas
1 FLORES, F. M. (1939)- A Protecção da Natureza-Directrizes Actuais. Revista agronómica, Vol. XXVII (1), 1-125.
2. BRILHA, josé - Património Geológico e Geoconservação. A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. 2005. Palimage Editores. in www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_livro.pdf

3. NEVES, C.M. Baeta (1956)-Parques e Reservas. Publicações da Liga para a Protecção da Natureza, 24 p.


terça-feira, 22 de maio de 2012

AMEAÇAS À GEODIVERSIDADE E ESTRATÉGIAS DE GEOCONSERVAÇÃO


1. Ao Encontro da Definição de Geodiversidade
Antes da reflexão sobre as ameaças à Geodiversidade e Estratégias de Conservação vale recordar que o termo Geodiversidade é, relativamente, recente.  Surge por ocasião da Conferência de Malvern sobre a Conservação Geológica e Paisagística realizada em 1993. Para efeitos desta reflexão acolhemos a definição, ainda que com ligeiras alterações, proposta pela Royal Society For Nature Conservation do Reino Unido: Geodiversidade responde a variedade de ambientes geológicos, fenómenos e processos activos que dão origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o suporte para a vida na terra.

2. Ameaças à Geodiversidade

As ameaças à Geodiversidade ocorrem a vários níveis e em diversas escalas e graus.
·        A Exploração de Recursos de Geológicos
Inevitavelmente, as actividades de exploração de recursos naturais conduzem, sobretudo, quando não precedidas de estudos interdisciplinares à destruição da Geodiversidade.
Ao nível da paisagem, a exploração ao céu aberto sem estratégias de mitigação ou minimização de impactes ambientais negativos afectam o valor estético da paisagem natural.
Ao nível do afloramento, a actividade extractiva põem em causa os objectos geológicos de valor científico, pedagógico, etc. Danifica e destrói as formações e estruturas rochosas que tenham algum valor particular.
A exploração de inertes, a modo de exemplo, sem regras, nos leitos de rios e nas zonas costeiras com a consequente retirada do material dos ciclos naturais de transporte e sedimentação pode ter efeitos, extremamente, graves a curto ou médio prazo. A exploração de areia em zonas costeiras, sobretudo, nesta fase de reconstrução de Angola, provoca alterações no equilíbrio natural do meio originando processos de erosão acelerada. Indirectamente, a actividade extractiva pode provocar problemas de contaminação de recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, destruição da flora e fauna locais com consequências nefastas ao nível da produtividade dos solos. As grandes obras induzem impactes negativos sobre a Geodiversidade. A circulação de viaturas pesadas pode provocar abatimentos nas delicadas estruturas cársicas. A infiltração de óleos e combustíveis derramados e, posteriormente, lavados pelas águas das chuvas pode contaminar os recursos hídricos subterrãneos que, por definição, são muito sensíveis em zonas ou regiões cársicas.
·        Depósito do Lixo em Espaços abertos
Em muitas partes de Luanda o lixo é depositado a céu aberto e em locais impróprios. As grandes obras de engenharia feitas ao longo do litoral são uma grande ameça à Geodiversidade. Portanto, essas actividades humanas interferem na dinâmica dos processos naturais como ocultam as caracteristicas geológicas locais.
·        A Agricultura Intensiva/Industrializada
A agricultura intensiva e industrializada pode causar um impacte negativo sobre os solos (erosão, uso intensivo de adubos da qualidade das águas .
·        A actividade  Militares em Zonas Sensíveis
Ocorrem situações em que o uso de artilharia ou maquinaria pesada, bombardeamentos, o abandono de munições no terreno são responsáveis, também, pela destruição da qualidade dos solos e águas superficiais
·        Actividades Recrativas e o Turismo
É importante, evitar de carros do tipo todo-o-terreno em locais sensíveis e com solos fráfeis como as dunas ou zonas montanhosas podem romper o delicado equilibrio destas estruturas geológicas. As visitas a grutas acarreta, algumas vezes, à destruição das frágeis estruturas cársicas. Assim é também, as activdades de escalada em determinadas zonas que podem ter efeitos negativos na estabilidae da própria escarpa. A construção e campos de golfe em espaços frágeis em sede de recursos hídricos constitui outra ameaça.
·        A Iliteracia Cultural
Esta ameaça é apontada como a mais preocupante, pois, muitas pessoas desconhecem os efeitos da sua acção sobre o meio em que vivem ou trabalham desferindo sem tal consciência golpes irreversiveis à Geodiversidade.

3. Estratégias de GeoConservação

A melhor forma de reverter o quadro da destruição ou mitigar os efeitos da acção humana sobre a Geodiversidade é produzir uma estratégia interdisciplianar ou conjunta no sentido de sensibilizar o poder político, os técnicos de diferentes ramos e especialidades, o público em geral e as empresas para a necessidade de conservação da Geodiversidade. Aliás, é importante, traçar estratégias de responsabilização.
 A estratégia avançada segundo a nossa fonte cumpre os seguintes momentos:
a) Inventariação de geossítios, sobretudo, aqueles que tenham características de excepção, de forma sistemática;
b) Quantificação ao nivel internacional, nacional, regional ou local e determinação do seu valor ou relevância;
c) Classificação;
d) Valorização e divulgação;
e) Monitorização de tal modo que sejam acompanhadas todas as etapas que permitam ter uma percepção mais concreta das modificações dos geossítios.

4. Referências Bibliográficas
1. BRILHA, José. Património Geológico e Geoconservação. A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica (2005) Braga. Patimage Editores. ISBN:972-8575-90-4, in http://www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_livro.pdf
2. GRAY, M. (2004) –Geodiversity: Valuing and Conservation Abiotic Nature. John Wiley and Sons, Chichester, England 434.






quinta-feira, 10 de maio de 2012

CONCEITOS DE GEODIVERSIDADE, GEOCONSERVAÇÃO E PATRIMÓNIO GEOLÓGICO

    
1. O CONCEITO DE GEODIVERSIDADE
Fig. 1. Parque da Quissama
O conceito de geodiversidade é composto por dois vocábullos: Do grego, gê significa terra + o vocábulo latino diversitate, diversidade. Entende-se como um conceito integrador que engloba todos os materiais e fenómenos que definem a essência da terra e o modo como ela se transforma e evolui. O conceito de geodiversidade foi introduzido nos anos de 1990 (Sharples, 1993) no sentido de estabelecer uma analogia com o termo biodiversidade para salientar o facto de que a natureza é composta por duas fracções, a biótica e abiótica. A origem do termo geodiversidade está associada à Conferência das Nações Unidas do Rio de Janeiro em 1992. Para Gray (2004-2008) que geodiversidade é uma abreviação de “diversidade geológica e geomorfológica” o termo surge por ocasião da Conferência sobre a Conservação Geológica e Paisagística em 1993 no Reino Unido. O primeiro livro dedicado de forma expressa a esta temática foi publicado em 2004 sob o título: “Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature” de Autoria de Murray Gray do Departamento de Geografia da Universidade de Londres.

                                                                                              
Vários autores têm procurado definir o termo geodiversidade, particularmente, os especialistas da Europa e da Austrália. Enquanto, para alguns o conceito de geodiversidade se limita ao conjunto de rochas, minerais e fósseis, para outros o conceito é mais alargado integrando mesmo as comunidades de seres vivos.
                                                               Fig. 2. Vista do Kicombo
A Associação Européia para a Conservação do Património (Progeo) define a geodiversidade como “a variedade de ambientes geológicos, fenómenos e processos activos   geradores de paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que constituem a base para a vida na terra”. Esta definição é perfilhada pela Royal Society for Nature Conservation do Reino Unido. Stanley (2004) também não foge muito a essa definição: “variedade de ambientes, fenómenos e processos geológicos que produzem paisagens, rochas, minerais, solos e outros depósitos superficiais formadores do arcabouço que sustenta a vida na terra.

Koslowski (2004) para si geodiversidade é a “variedade natural da superfície da terra, em seus aspectos geológicos, geomorfológicos, de solos e águas superficiais, bem como outros sistemas resultantes de processos naturais ou actividades humanas. Para Serrano Cañadas e Ruiz Flaño (2007) essa visão é mais ampla e integradora, cobrindo toda a diversidade de partículas, elementos e sítios que materializam a variabilidade da natureza abiótica. Acrescentam a esse conceito elementos litológicos, tectónicos, geomorfológicos, pedológicos, hidrológicos e topográficos, além de processos fisicos na superficie da terra, nos mares e nos oceanos.

2. CONCEITO DE GEOCONSERVAÇÃO
Fig. 3. Namibe
Entre os especialistas a definição de Geoconservação ainda não é consensual. O termo decorre de um longo processo de preocupações relativas à necessidade de protecção da natureza. Segundo Lebreton (1971) e Diegues (2001) é na segunda metade do Século XIX que surge o conceito de protecção da natureza ligado mais a valores estéticos do que a valores científicos. Nisso, em vários países foram adotados sistemas próprios de áreas protegidas que são entendidas como porções de um determinado território, limitadas e legalmente, instruidas pelo poder público, criadas para proteger tanto o património natural como o cultural.

Sharples (2002) resume o conceito de geoconservação: “A geoconservação tem como objectivo a preservação da diversidade natural (ou geodiversidade) de significativos aspectos e processos geológicos (substracto), geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, mantendo a evolução natural (velocidade e intensidade) desses aspectos e processos”. Outros autores entendem, em sentido amplo, a geoconservação como sendo uma gestão sustentável de toda a geodiversidade englobando todo o tipo de recursos geológicos. Em sentido restrito a geoconservação é acolhida como a conservação de certos elementos da geodiversidade que evidenciem qualquer tipo de valor, superlativo, isto é, cujo valor se sobrepõe à média.
Para Sharples (2002) os principais objectivos da Geoconservação são:

1. Conservar e assegurar a manutenção da geodiversidade;
2. Proteger e manter a integridade dos locais com relevância em termos de geoconservação;
3. Minimizar os impactos adversos dos locais importantes em termos de geoconservação;
4. Interpretar a geodiversidade para os visitantes de áreas protegidas;
5. Contribuir para a manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos dependentes da geodiversidade.

3. O CONCEITO DE PATRIMÓNIO GEOLÓGICO
Fig. 4. 
O Património Geológico define-se como o conjunto dos geossítios inventariados e caracterizados numa dada área ou região. O Património Geológico integra todos os elementos notáveis que constituem a geodiviersidade, englobando, por conseguinte, o Patrimonio Paleontológico, o Património Mineralógico, o Património Geomorfológico, o património Petrológico, o Património Hidrogeológico, entre outros. Partindo do conceito de património Choay (2001) associa a definição de Património Geológico à herança ou aquilo que é transmitido de geração para geração com adjectivos que remetem para o carácter nómada do conceito.

Rivas (2001) define o Património Geológico como os recursos naturais não renováveis de valor científico, cultural, educativo ou de interesse paisagístico e recreativo, que sejam formações rochosas, estruturas, geoformas, acumulações sedimentares, ocorrências minerais, paleontológicas e outras que permitam reconhecer, estudar e interpretar a evolução da história geológica da terra e os processos que a têm modelado.
                                                                                   Fig. Primeiro Templo Católico na Região Austral_ Angola 
Para Billet (1994) o conceito de Património Geológico é difícil determinar. Concebe o património como um valor colectivo não financeiro e relacionado à memória. Para si, o património geológico constitui os traços geológicos da história da terra, a memória do passado do planeta terra.
Para Salvan (1994) o Património geológico é a constituição de sítios de interesse particular do ponto de vista estratigráfico ou tectônico que são definidos por seu conteúdo mineral ou fossilífero.
Para Ayala –Carcedo (2000) o Património Geológico, em sentido restrito, pode ser classificado em tectónico, estratigráfico, geomorfológico e  mineralógico.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
                                                                                   
1. GRAY, M. (2004) – Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. John Wiley and Sons, Chichester], England, 434 p. www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_livro.pdf. Consulta feita a 6.05-12
2. Azevedo, de Úrsula Ruchkys (2207) Belo Horizonte, Património Geológico e Geoconservação no Quadrilátero Ferriféro, Minas Gerais. Potencial para a Criação de um Geoparque da UNESCO. www.geoturismobrasil.com/artigos/tese%20cap1-6.pdf. Consulta feita a 6.0512
3. BORBA, de André Weissheimer – Geodiversidade e Geopatrimónio com bases para Estratégias de Geoconservação: conceitos,    abordagens, Métodos de avaliação e aplicabilidade no contexto do Estado do Rio Grande do Sul. http://www.pesquisasemgeociencias.ufrs.br/3801/01-3801.pdf. Consulta feita a 7.05.12

Bernardo Castro, 1005214 MCAP

sábado, 21 de abril de 2012

AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE



AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE

1. Primeiro Olhar à Biodiversidade
As profundas transformações ocorridas desde a formação da terra aos nossos tempos permitem-nos afirmar que a vida humana e animal foram atravessadas por ameaças quase em todas as idades geológicas. Se no passado a natureza foi a grande responsável de si, hoje, o homem é chamado a responder pela destruição da natureza. Se por apetências de ordem económica e o consumismo a natureza, ontem, foi escrava do homem, hoje, a natureza asfixia o homem em todas as esferas da sua vida fruto da destruição da biodiversidade. 


Como consequência dessa destruição as populações humanas sofrem uma queda significativa da qualidade de vida com reflexos imediatos na alimentação, saúde (aumento de doenças e epidemias), na vulnerabilidade a desastres naturais, na redução e restrição do uso de energia, na diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável e, por conseguinte, na instabilidade social e política.

Confira connosco as potenciais ameaças à biodiversidade:

  • Destruição e diminuição dos habitats naturais
  • Introdução de espécies exóticas e invasoras como os ratos, gatos, aranhas, pombos
  • Exploração excessiva de espécies animais e vegetais para diversos fins
  • Caça e pesca sem observância de normas e valores que garantam a sustentabilidade económica e ambiental
  • Tráfico da fauna e flora silvestres
  • Poluição do solo, da água e atmosfera
  • Ocupação e destruição de espaços naturais e histórico-culturais
2. Um Olhar para o Passado

Situando-nos na ideia de que na vida a mutação é uma constante apesar de ocorrências de algumas permanências podemos compreender que olhando para trás abre-se uma longa estrada de vazios com algumas notas de saudade. Há aproximadamente 4,6 Bilhões de anos que se estima ter inicio a formação da terra e, hoje, ela não é, obviamente, a mesma. Se a atmosfera era tóxica por composição de metano, amónia, etc. em razão de constantes erupções vulcânicas, hoje, importantes mudanças foram alterando esse cenário.

O período que assiste ao começo da vida na terra há pouco mais de 3,5 Bilhões de anos, acolheu os Procariontes como primeiras formas de vida unicelulares na terra passando por Eucariontes, Vermes, os Trilobitas, os Sinapsídeos, Mamíferos, Dinossauros, etc. Hoje, outras e mais complexas espécies fazem o nosso mundo. De facto, se você pudesse viajar no tempo para visitar a terra durante o Arqueano (começo da vida na terra), provavelmente, não a reconhecia. No Arqueano o oxigénio era menos de 1% dos níveis actuais, mas há aproximadamente, 1,8 Bilhões de anos os níveis de oxigénio eram maiores de 10% dos níveis actuais, temos de convir que os organismos tiveram que desenvolver métodos bioquímicos para reter o oxigénio como à guisa de exemplo, a respiração aeróbica.

Vale enfatizar, aqui, que as ameaças à biodiversidade, tema central da nossa reflexão, é um processo que sempre acompanhou a própria dinâmica evolutiva da terra a partir da época em que a vida surgiu. Essa reflexão remete para a primeira grande extinção da biodiversidade (era Protozóico) cujo fundamento é suportado pela substituição, em grande medida, do gás carbónico na atmosfera pelo oxigénio com o surgimento do oxigénio a partir dos seres que dependem da fotossíntese.

O Paleozóico conhece uma grande diversificação evolutiva dos animais, a explosão cambriana em quase todos os filos animais actuais, mas que vários outros, no extremo oposto do Paleozóico, foram extintos de forma maciça que atinge aproximadamente 90% de todas as espécies animais marinhas. As causas desta extinção ainda são desconhecidas.

Período Siluriano (440 até 410 Milhões anos atrás:
  • ·        Derretimento das calotes polares aumentando os níveis dos oceanos com aparecimento dos recifes de corais e dos peixes com mandíbulas
  • ·        Inicio da colonização do meio terrestre e ocorre o aparecimento de plantas vasculares
No Mesozóico (251 Milhões e 65 Milhões e 500 Mil anos atrás:
  •     Aparecimento, domínio e desaparecimento dos Dinossauros
  •            No inicio toda a superfície terrestre se concentrava num único continente, a pangea.
Existem explicações segundo as quais teria caído na terra um grande asteróide que tendo levantado uma grande onda de poeira impediu que a luz do sol alcançasse a terra. Em consequência as várias espécies, sobretudo, as que dependiam da fotossíntese morreram.


3. Referências Bibliográficas
http: www.millenniumassessment.org­ documents document. 446.aspx.pdf
http: pt.wikipedia.org wiki Biodiversidade
www.slideshare.net Grupo2apcm principais- ameaças-biodiversidade
Lições da Unidade Curricular UAB MCAP


Obs: usado um laptop sem algumas grafias.

domingo, 1 de abril de 2012

O Conceito de Biodiversidade/Valor da Biodiversidade


1.      Nota Prévia 
 

Depois de ler, atentamente, as lições fornecidas na Unidade Curricular: Biodiversidade, Geodiversidade … no Mestrado em Cidadania Ambiental e Participação ocorre-me partilhar com (a)os colegas esta reflexão da Actividade nº 1 “O Conceito de Biodiversidade” suportada pela consulta bibliográfica. Para o efeito trago uma imagem de um animal raro que, também, é a bandeira da nossa transportadora aérea Taag:  Palanca Negra Gigante.
A Palanca Negra Gigante foi descoberta em 1909 por Frank Varian, Engenheiro Belga. Foi descrita em 1916 como sendo um animal com cornos extraordinários.  Foi integrada na lista de espécies sob a protecção absoluta, exactamente, na Classe A pela Convenção para Protecção da Fauna e Flora Africana em 1933. Está, também, listada na Convenção Internacional para o Intercâmbio de Espécies Selvagem de Fauna e Flora no Anexo I e na Lista Vermelha do IUCN com espécie ameaçada.
É considerado como o mais belo e nobre de todos os antílopes do mundo. Tem uma distribuição geográfica muito limitada a algumas áreas adjacentes ao rio Kwanza na Provincia de Malanje. Para a sua protecção foi criado o designado Santuário da Palanca Real em 1938 e levado depois à categoria de Reserva Natural Integral do Luando em 1955. Em 1963 criou-se a Reserva Natural Integral de Kangandala que em 1970 foi declarada Parque Nacional.


2.      Origem e Significado do Termo Biodiversidade
A palavra biodiversidade é um neologismo construído a partir das palavras biologia (bio=vida) e diversidade (grande variedade). Ela significa a diversidade do mundo vivo na natureza, ou seja a grande quantidade de espécies em nosso planeta.
O termo em inglês biological diversity (diversidade biológica) foi criado por Thomas Lovejoy no ano de 1980, enquanto o termo biodiversity (biodiversidade) foi inventado por W.G. Rosen em 1985. Desde este momento, o termo e o conceito são muito utilizados entre os biólogos, ambientalistas e ecologistas de todo o mundo.
O termo diversidade biológica foi criado por Thomas Lovejoy em 1980, ao passo que a palavra Biodiversidade foi usada pela primeira vez pelo entomologista E. O. Wilson em 1986, num relatório apresentado ao primeiro Fórum Americano sobre a diversidade biológica, organizado pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (National Research Council, NRC). A palavra "Biodiversidade" foi sugerida a fim de substituir diversidade biológica, expressão considerada menos eficaz em termos de comunicação.
3.      Definição de Biodiversidade
Não há uma definição consensual de Biodiversidade. Para efeitos da presente reflexão fica a definição que para vários especialistas neste ramo do saber unifica os três níveis tradicionais de diversidade entre seres vivos:
  • Diversidade genética - diversidade dos genes em uma espécie.
  • Diversidade de espécies - diversidade entre espécies.
  • Diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível mais alto de organização, incluindo todos os níveis de variação desde o genético.
Portanto, Biodiversidade é a “totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de uma região". Deste modo, a biodiversidade engloba a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta.
4.      Como Medir a Biodiversidade?
Do ponto de vista previamente definido, nenhuma medida objectiva isolada de biodiversidade é possível, apenas medidas relacionadas com propósitos particulares ou aplicações.

Para os conservacionistas práticos, essa medida deveria quantificar um valor que é, ao mesmo tempo, altamente compartilhado entre as pessoas localmente afectadas.

Para outros, uma definição mais abrangente e mais defensável economicamente, é aquela cujas medidas deveriam permitir a assegurar possibilidades continuadas tanto para a adaptação quanto para o uso futuro pelas pessoas, assegurando uma sustentabilidade ambiental. Como consequência, os biólogos argumentaram que essa medida é possivelmente associada à variedade de genes. Uma vez que não se pode dizer sempre quais genes são mais prováveis de serem mais benéficos, a melhor escolha para a conservação é assegurar a persistência do maior número possível de genes.
Para os ecólogos, essa abordagem às vezes é considerada inadequada e muito restrita.
A Sistemática mede a biodiversidade simplesmente pela distinção entre espécies. Pelo menos 1,75 milhões de espécies foram descritas; entretanto, a estimativa do verdadeiro número de espécies existentes varia de 3,6 para mais de 100 milhões. Diz-se que o conhecimento das espécies e das famílias tornou-se insuficiente e deve ser suplementado por uma maior compreensão das funções, interações e comunidades. Além disso, as trocas de genes que ocorrem entre as espécies tendem a adicionar complexidade ao inventário.
5.      Causas e Consequências da Destruição da Biodiversidade
Entre as principais causas da perda de biodiversidade importa, aqui, relevar as de natureza antrópica:
*      Destruição e diminuição dos habitats naturais;
*      Introdução de espécies exóticas e invasoras;
*      Exploração excessiva de espécies animais e vegetais;
*      Caça e pesca desordenadas;
*      Tráfico da fauna e flora;
*      Poluição do solo, água e atmosfera;
*      Ampliação das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas (no nosso caso).
6.      Consequências da Perda da Biodiversidade
*      Queda significativa da qualidade de vida o que pressupõe:
*      Pouca oferta de recursos naturais com impactes directos na alimentação;
*      Problemas com a saúde humana;
*      Desastres naturais;
*      Diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável;
*      Aumento de doenças e epidemias;
*      Instabilidade social, política e económica.
Aliás, temos de convir que para a satisfação do padrão actual de consumo do homem, a terra teria que aumentar em 20% de sua capacidade de renovar os recursos naturais!
7.      Bibliografia
3.      http://www.millenninniumassessment.org./documents/document.446.aspx.pdf
Parte inferioO Valor da Biodiversidade
Depois de ler, atentamente, os textos e consultar a bibliografia que se segue no âmbito da actividade 1, fiquei sensibilizado que as palavras não exprime de todo nem podem esgotar o valor que a biodiversidade representa para a humanidade. Por isso, é nosso modesto entendimento que o  valor da biodiversidade mede-se por tudo quanto a vida é para o homem, animais, plantas, etc.  É incompreensivel significar a vida sem se fundamentar no valor da biodiversidade.
Na economia ou em outros ramos do saber o valor da Biodiversidade é indescritivel.
Bibliografia
1. naturlink.sapo.t/Natureza-e...
Bernardo Castro, 105214 MCAP